Os
115 cardeais reunidos desde terça-feira em um histórico conclave terão
nesta quarta-feira o primeiro dia pleno de votações, duas pela manhã e
duas à tarde, para a eleição do sucessor de Bento XVI.

Depois da fumaça negra de terça-feira, que anunciou ao mundo que
nenhum cardeal havia obtido os votos necessários na primeira votação, os
cardeais passaram a primeira noite na Casa Santa Marta, a cômoda mas
sóbria residência do Vaticano onde permanecerão hospedados durante todo o
conclave, que tem duração incerta.
Eles seguiram, a pé ou de micro-ônibus, para a Capela Sistina, onde
passarão o tempo necessário, ao ritmo de quatro votações por dia, para a
escolha do novo líder dos quase 1,2 bilhão de católicos do mundo.
Ao fim de cada sessão, por volta das 12H00 (8H00 de Brasília) e das
18H00 (14H00 de Brasília), os olhos do mundo voltarão a observar a
chaminé situada à direita da basílica de São Pedro para a nova fumaça,
branca no caso de eleição do novo Papa e negra para um resultado
indefinido.
Sem um favorito claro, analistas citam vários nomes, como o italiano
Angelo Scola, o brasileiro Odilo Scherer, o canadense Marc Ouellet e o
americano Timothy Dolan.
Mas também apontam que se o conclave levar mais tempo do que o
estimado, existe a possibilidade de que algum nome que não figurou entre
os favoritos acabe como o eleito, lembrando o ditado de Roma: "quem
entra Papa no conclave sai cardeal".
Nos últimos 100 anos, no entanto, nenhum conclave superou cinco dias.
Há oito anos, Bento XVI, que renunciou inesperadamente em 28 de
fevereiro por "falta de forças", foi eleito no segundo dia, após quatro
votações.